Quem pouco foi perdoado, pouco ama

Lembro-me agora de quando saio a evangelizar com irmãos da igreja; sempre há aqueles que se julgam corretos e que não precisam se "converter" para serem salvos. Esses são os mais difíceis de enxergar a necessidade do perdão divino e de servir a Deus, de coração. São pessoas que acham que já levam uma vida de maneira saudável, porém não reconhecem a doença da alma (pecado), que só pode ser sarada pelo Espírito Santo.

Há também, as pessoas que nasceram em lares cristãos, e se dizem: "crentes desde que nasci". Ignoram a necessidade de nascer de novo, da água e do Espírito (João 3.5).

Como entender então, pessoas que levavam uma vida completamente desmanteladas, sem escrúpulos, cometeram graves erros e, de repente, se encontram nas igrejas, servindo a Deus com um sorriso constante estampado no rosto? E cada palavra que falam, é "Jesus pra cá, Jesus pra lá, Jesus isso, Jesus aquilo"? Parece uma incoerência: como alguém novo na fé, parece ter mais comunhão do que alguém mais antigo?

Já havia percebido a resposta, mas lendo a Palavra essa semana, vi esse texto que realça esse paradigma acima.

Jesus estava em Cafarnaum, e foi convidado por um fariseu para jantar em sua casa. Estando lá, Jesus contou-lhe uma parábola, assim: "Dois homens deviam a um certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos. Qual deles o amará mais?". Então Simão, o fariseu, respondeu-lhe: "Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior". Após concordar, Jesus encerrou dizendo: "Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama". (Lucas 7.36-47 NVI)

O texto acima, ilustra os fatos que realmente acontecem. Quem se julga muito correto, mesmo que venha a aceitar a Cristo, achará que pouca mudança foi feita em sua vida, e pouco será grato a Deus, e pouco O amará. Aquele, porém, que reconhecer que sua dívida é demasiada, ao se arrepender e ser novamente aceito por Deus, será sobremaneira grato e amará muito a Deus. (Falo de maneira geral)

Como fazer então? Estaríamos condenados a isso? Quem pouco foi perdoado, pouco ama? Deveríamos nos sujar e levar uma vida devassa para então buscar a Cristo e amá-lo muito? De forma alguma!

Perceba que a noção de ser perdoado muito ou pouco, depende da nossa visão de dívida. Devemos reconhecer que todos perante Deus somos iguais, fomos igualmente amados, e qualquer perdão é tão imenso que nunca alcançaríamos por nossas forças. A Palavra diz que a justiça dos homens perante Deus é como trapos da imundícia (Isaías 64.6). Deus é maior, e realizou um milagre em nós!

Fica então a reflexão: o que Deus fez em nós é maior do que jamais poderíamos fazer, portanto devemos amá-lo com toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento (Mateus 22.37). Que Deus continue abençoando a você e sua família! Até a próxima!